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2007/06/20

mãos & olhos .

Portugal, Lisboa; Casa da Mãe - escritório
Quarta-feira, 20 de Julho de 2007 - 11.40

Ontem foi capaz de ter sido dos dias mais estranhos de sempre. Fizeram-se amigos para sempre, disseram-se coisas importantes que hão de ficar para sempre - frases tão marcantes, acontecimentos tão inéditos que nem se escrevem. Começando por um arrumanço de armário de manhã, limpeza geral ao quarto, passando por ida ao Corte e depois Saldanha, quem diria que havia de ficar entretida até às 4 da manhã à conversa?
Um amigo meu, grande amigo, disse-me coisas que me arrepiaram. Nunca me tinha acontecido antes. Assim, à frente de todos, de pessoas que mal conhecia. Quase como se me despisse. Foi estranho e purificador. Mas avizinham-se tempestades...

Hoje vou almoçar com amigas às amoreiras, devo também parar pelo Saldanha e se calhar janto em algum lado e dou um pulo a santos. Who knows!

A menos viajante,

Francisca Soromenho

2007/06/18

Adeus, até mais não!

Avancei, ignorei. Já não me vou dar ao trabalho de esperar mais por promessas vãs feitas em tardes quentes e noites geladas, ao sabor de um café e um cigarro.

Desculpa, mas já não me consigo importar!
Obrigada pelas noites em claro, pelas arritmias inesperadas e pelos delírios de outro mundo que me fizeste sentir. Espero que tenha sido mútua esta euforia fantástica de quem se quer ocupar...

Pois, errámos. Embrenhámo-nos em tantos segredos, jogos, e paradoxos de sinais confusos que não deixámos fluír, e nos limitámos a observar as coordenadas do outro numa posição defensiva, sem arriscar. Fomos os dois, fomos os dois. Errámos os dois de uma maneira tão estúpida que agora temos de pagar, não pelo que aconteceu, mas pelo que poderia ter acontecido e não se concretizou!
Se eu tenho culpa, acredita, então tu tens mais. Mas não me importo, não me importo... foram boas as investidas que me fizeram parar de respirar, e os momentos de pausa em que ficava absorta de tudo e todos. Foi bom o sofrimento, e as pequeninas alegrias que me ias dando... Foi bom o sonho, foi boa a fantasia, foi bom que tudo tenha acontecido e tão estupidamente tenhamos deixado a pomba voar...

Desculpa: mas não me consigo importar. Não consigo continuar, nem me arrepender. O que se passou, já foi!... Já avancei para outra, outra onda, outras paragens, outras caras e almas a quem me prender.


E se parares para olhar para trás,... bom. Vais sempre a tempo, não é?
Eu parto para o Verão! Parto para o descomprometido, o desconhecido: num sítio em que o único calor que vá a sentir, não é o teu, mas o conforto estival de um escaldão, à noite, acompanhado de cervejas e amigos; e o único frio com que hei de sofrer, não será o da tua ausência, mas o da primeira onda do dia quando chegamos à praia para surfar!

Uma última vez. Vou pensar em ti, vou olhar para a tua fotografia com um sabor na boca e vou mergulhar em recordações. Uma última vez, vou reparar nos sítios em que estivémos juntos, nas palavras trocadas, nas músicas cantaroladas pelas ruas do desafogo. E digo-te adeus, até mais não! Até ao fim de Verão, ou até que te decidas vir para me amar. Até sempre!

QUEM É O ZODIAC, CACETE ?

Portugal, Lisboa, Casa da Mãe; escritório
Terça-feira, 19 de Junho de 2007- 00.46

Acordei cedo, com um torcicolo e a dormir pessimamente no minúsculo sofá da sala. Tomei um café forte, arrumei as malas e o quarto, fui ter às Amoreiras com a best e dois amigos. Fomos para o Atrium e, de lá, fui com uma turma enorme para o Centro Comercial do Campo Pequeno, onde fícámos a fazer horas até às 6, hora a que vimos o Zodiac.
O filme: lindo, ainda que tenha demorado 3 longas horas e acabemos por não saber de quem se trata o assassino. Às tantas, é ela por ela, e desconfiamos de toda a gente!
Baseado numa história verdadeira de um serial killer dos anos 70, auto-intitulado "The Zodiac", um policial muito emocionante cheio de mistérios por deslindar.

Fui jantar a casa com uma grande amiga, das melhores até, e combinei uma semana em Vila Nova de Milfontes com amigos. Bacaano!


Agora vou dormir que amanhã cedinho tenho de arrumar o armário.

A viajante,

Francisca Soromenho

2007/06/17

Início... do fim xD

Portugal, Lisboa, Casa da Mãe; escritório
Segunda-feira, 18 de Junho de 2007- 00.14


Acordei tarde, fiz as malas (again), dei um pulo às Amoreiras e fui ter aos odiados Salesianos, para o Crisma da best e de outros amigos. Estavam todos giríssimos (raparigas com vestidos deslumbrantes e cabelos arranjados, rapazes de fatinho... ui!). Acho eu que também estava engraçada, mais chique que usual, classy as always. Foi uma Confirmação "rápida" (uma hora e quarenta), depois casa da melhor amiga onde houve um simpatiquíssimo lanche ajantarado de família, com direito a ensaio dos BGX and the PM2 (AH SOMOS GRAAANDES!).

Continuou o mais tempo, menos intenso, com calor e humidade. Terrible. Amanhã possivelmente cinema, depois de Amoras e Saldanha. Who knows! O primeiro dia do Verão, e eu sem quarto onde dormir porque a infestação piorou dramaticamente. A mãe e o stepdad foram hoje ver de casa no Restelo (porque a da Lapa está a demorar-se com a escritura), provavelmente impulsionados pelo estado de podridão da casa que se revelou once more com os bicharocos da madeira. HAHAHA já via que mais não!
Apesar de não me apetecer muito viver no Restelo, preferir de longe as grandes Amoreiras... e até a Lapa, é melhor do que ter de dormir como hoje no Sofá... no?

Ainda não sei quando vou para Vila Nocha "definitivamente", só que este fim de semana peço asilo em casa dos avós para não desperdiçar as borgas.


A viajante,

Francisca Soromenho

2007/06/16

... Estamos a meio de Junho ??

Portugal, Lisboa, Casa do Pai; Casa de Jantar
Sexta-feira, 16 de Junho de 2007- 00.31

O temporal continua, e uma solarenga Lisboa do século XXI transformou-se, por um dia, numa cinzenta Londres de uma crónica romântica do século XIX.

Acabei por ir ao Chiado por la mañana, passar a tarde no Atrium e - sim - ir ao Jantar de Turma no Dolce Vita de Miraflores que, btw, foi bem giro. Ver o Ocean's Thirteen. Reviews?
Um grande filme, até agora o melhor Ocean's de todos - na minha opinião - com uma história algo complicada (o esperado num Ocean's) cheia de remates brilhantes. De 0 a 5 dou 3 estrelas e meia, without a doubt.

Amanhã é o Crisma da best e de outra grande grande amiga, a ver se melhora o tempo - porque vou de sandálias de pano de salto alto, vestidinho e blusa muito estival. Oopsi!...
De manhã vou ainda à Baixa dar um passeio. Por isso, devo ir dormir pretty soon.

A viajante,
Francisca Soromenho

"esquesito"

Portugal, Lisboa, Casa do Pai; Escritório
Sábado, 16 de Junho de 2007 - 10.57

Depois de almoçar no Hotel ontem, fui para o aeroporto (minúsculo) de Pamplona. Embarcámos às 5 e picos locais e chegámos eram 7. Tivémos de contornar uma tempestade ao largo de Lisboa e, sim, repetiu-se a paródia da turbulência.

Depois fui directamente para casa do pai onde, injustamente, recebi um sermão sobre irresponsabilidade (não minha, enfim, coisas.) Jantei peixe cozido com pai, avó e irmã, e às 10 fui buscar a Roxy e o Dids a casa e depois fomos para Santos, com um grupo enorme de amigos (people do Sagrado, mostly) até ao Incómodo. Dividimo-nos e, de lá, apanhámos um táxi até ao Paradise Garage.
Quando entrámos (não era ainda uma da manhã) estava vazio, mas logo encheu, encheu e encheu. A música estava "porreirinha", mas o meu Paradise Garage, das festas de há alguns anos, morreu. Está uma bela porcaria comparado com o que era.

Encontrei imensa gente, dentro das quais o meu melhor amigo.
Estava tudo um bocado má onda, uns por umas razões e outros por outras. Visto que ainda estou de castigo, o meu pai veio buscar-me às 3 e meia da manhã e levar a Roxy a casa.

Dormi mal, que está a chover imenso e a casa do pai de manhã é um frenezim insuportável, em particular quando a tonta da minha irmã tem a festinha de fim de ano do colégiozinho. Estou com frio e tenho de ir a casa buscar roupa - espero que Segunda chege depressa, depressa...
Agora tenho de tomar banho para ir ao cabeleireiro, para o Crisma amanhã. Depois a ver se vou a casa da minha melhor amiga e, à noite, não sei o que faça - só que não pretendo por os pés no jantar de turma, 1. por ser num sítio estranhíssimo e estar dependente das fitas do meu pai, 2. porque não me apetece ponto. Jantar de turma jantar de turma, ACORDEM... já não há turma nenhuma!!!!! Irrita-me estas ilusões infantis que têm, quando a maioria das pessoas aposto que se vai cortar. A turma morreu no ano passado, agora há 12 pessoas sozinhas que querem ter melhores notas que as restantes. A turma morreu, e eu não tenho pena.

Escrevo amanhã, ou logo à noite, ou assim.


Love,

Francisca Soromenho

P.S.: Isto é tão injusto. Hoje é o meu primeiro dia de férias e está a chover; chegaram as férias 2007 e eu a rezar para que acabem. Se soubessem o que "férias" implica para mim... São as últimas férias grandes, quase que digo "felizmente". "Férias" é sinónimo de suplício, de controle, de implicação, de chatices e zangas na família. Prefiro ter aulas, ao menos assim sei com o que conto.
Desculpem o estado de espírito, mas a chuva e os sonhos que tive não permitem nada melhor. I'm freaking blue, today.

a noite também tem destas...

Pensava ser impossível, mas estou completa. Numa só noite, revi a minha vida inteira: Encontrei-me. Achei o meu presente, porque vi passado e futuro dançando na mesma sala.
Fiz as pazes com o passado, e dei esperança a um futuro que promete ser mais, e mais,... e sorri. Sorri não porque gostava da música, não porque estava com os meus amigos, mas porque já não há mistérios a deslindar neste entrelaçado paradoxal de frágeis relações entre as pessoas - para mim, fez-se luz. Mesmo sendo de noite, estando no meio da noite.

Francisca Soromenho

2007/06/14

El Campus

Espanha, Pamplona, Navara; Hotel Abba Reino de Navarra, Quarto 103

Sexta-feira, 15 de Junho de 2007 - 10.58 am


Buon giorno. Ontem não escrevi nada porque estava a acabar o portfolio (que, by the way, ACABEI!!!). Fiquei até às 3 da matina a digitar, editar e passar-me dos carretos com a estupidez de um word de 250 páginas. Mas pronto, doesn't matter, agora estou mesmo de férias. Mesmo.


Fui acordada pelo pequeno-almoço ontem às 9.50, tendo a Guadalupe às 10 e meia a buscar-nos pela visita ao campus.

Campus, campus... Isto é lindo. O edifício central é muito estilo Yale, com aquele imperativo clássico impropositado visto que é uma construção dos anos 60. Vimos as salas todas e sentei-me na cadeira do reitor (numa sala impressionante com a fotografia de todos os reitores, já agora, homens de muy buena pinta, e do S. José Maria - que aparentemente tem presença em todas as salas, todas as capelas, todos os pátios...). Acabei por conhecer o reitor que disse que eu devia estudar muito e que "iria conseguir" entrar aqui em Navarra.
Depois vimos a faculdade de Medicina, com a biblioteca com milhares de alunos a estudar num silêncio assombroso, a faculdade de Biologia e os dormitórios dos alunos (há vários, mas vi o das raparigas que era IGUAL ao DARCA! Até o ambience das pessoas era igual). Estive na secretaria a arranjar todo o tipo de papéis sobre a entrada para a universidade (já me decidi a não ir para Medicina, apesar dos grazinanços dos avós e insistência em particular do avô Zé para todas as pessoas de que eu ia para Medicina de facto; pelo que, se entrar algum dia para aqui, será ou para fazer História ou alguma pós-graduação relacionada com relações internacionais). No fim, fui à Clínica - parecia um Hotel, completamente funcional, vimos o ICU e o MCU, as consultas, quartos e salas de funcionários... deu-me alguma vontade de, um dia, estar de bata branca lá a atender gente, devo dizer.
Almocámos no Hotel, vim para o quarto dormir e fazer o portfolio, jantei no quarto de Hotel e pronto, acabei tudo tardézimo.


Hoje fui acordada às 6 da manhã de Lisboa, 7 de cá, nem sei bem para quê visto que já tinha o portfolio feito. Estive durante duas horas a tentar de todas as maneiras enviar as coisas ao pai, objectivo atingido, agora estão a ser impressas e eu, esfaimada, a tomar o pequeno-almoço já frio.



Temos de sair do Hotel às 3 e meia, a ver se eu já tenho então tudo pronto e ainda tive tempo de ir ao cabeleireiro. Devo chegar a Lisboa pelas 7 (hora de lá) e tenho bastantes propostas interessantes para esta sexta-feira: sair, (as natural); ir ao teatro ou jantar com a minha melhor amiga... mas desconfio que não faça nenhuma das coisas, e vá dormir - como fiz no ano passado, no último dia de aulas, em sinal de desprezo por um dia que acho que não deve ser celebrado. É bom estar de férias, sim, mas - call me crazy - eu adoro aulas.



Este fim de semana estou a dormir chez pai: a ver se amanhã vejo primos e/ou vou à praia, à noite temos o jantar de turma; Domingo tenho um crisma e segunda já tenho coisas combinadas. Bom começo de férias, hem?



Vou ver se me arranjo.




Francisca Soromenho





P.S.: ALFAMA GANHOU !!! AH GRANDA ALFAMA!!! (*proud*- a minha freguesia...)

Ah, e para quem estiver interessado, voltaram a entrar-me no quarto... desta vez comigo a dormir. Liiindo!

Porque a chuva dá nestas coisas...

Fui, saí. Viajei para os teus braços, e mergulhei no calor do teu olhar.
Adormeci e regressei. Voltei para ver, para sentir, para tocar, e perceber que o meu delírio era mais - que o meu sonho eras tu.

Deixa ficar escancarada esta noite a janela da ilusão, o portal do sonho, o respirar do Mundo. Deixa que eu te trespasse, por um segundo, metamorfosando-me na luz, no vento que há em ti.
Não arranques de mim a dor!!
Tira-me tudo, tira-me a alma até. Mas não me tires o afiado do sofrimento que sempre me faz voltar... e despertar para uma realidade amarga cheia de contradições. Não me arranques o desespero, a angústia, a agonia de viver sem ti! É o desejo de morrer que me faz sentir viva, e saber-me livre de escolher. Optar por viver outro e outro dia a seguir, apenas para te ver em sonhos e saber que não estás... És o vício, o vício doentio e desesperado de uma rotina intragável de prejuízos. Mas não deixas de saber bem, sem razão.

Francisca Soromenho

2007/06/13

Perdón, Perdón!

Espanha, Pamplona, Navarra; Hotel Abba Reino de Navarra, Quarto no. 103


Quarta-feira, 13 de Junho de 2007, 23.40





Dormi pouquíssimo. Ou foi de emoção por estar fora do controlo paterno durante alguns dias, foi por não ter posto almofada debaixo da cabeça, foi pelo frio e barulho do ar-condicionado, foi por ter deixado a janela aberta; o facto é que passei a maioria da noite a pensar - em tudo, em tudo.

Ouvi o reboliço do avô às 7 da manhã (portanto, 6 da manhã de Lisboa), e pelas 8 e 10 a 'vó veio aqui chamar-me. Voltei a deitar-me, e às 9 e meia tinha um bater à porta despachado que se traduziu num cambalear sonolento até à porta e depois, pela primeira vez na vida - note-se que eu sou uma "criança" viajada - experienciei em primeira pessoa uma barreira linguística. Foi do sono? Perhaps. Mas que é facto que não faz qualquer sentido eu ficar atrapalhada com espanhol, é. "Buenos dias.", disse-me, num sotaque andaluz carregado. "Buenos dias", respondi, com uma melodia argentina que me transportou por momentos. E depois, zás, ficou especada a olhar para mim. Abri a porta do quarto e ela deparou-se, enfadada, com o meu portátil na secretária e eu disse feita avô Zé "puede por en la cama", corrigindo "por favor, coloque en la cama". Ela ficou a olhar para mim e deu-me uma factura para assinar.

Tive uma conversa agradabilíssima com um amigo com quem não falava há muito, logo pela manhã. Concluí o Trabalho de Educação Física (YES!! ficou espetacolheres), e pelas 11 entram-me pelo quarto adentro. Não estão bem a visualizar o filme: maquilhagem esborratada, sapatos pelo chão, cabelo de ouriço caixeiro, pijama abandalhado, e um ar de sono que nem vos digo. "OH!!! Pérdon, Perdón!!" e com isto fecha-me a porta. Depois de ouvir que ela tinha saído do plantão em que ficara à porta do meu quarto, pus o sinalzinho "DORMINDO" na porta, e ia a fechá-la quando ouvi o telefone a tocar. Um pedido de desculpas de uma empregada atrapalhadíssima, a perguntar quando é que poderia voltar para arrumar o quarto. 'Tabééém.

INVASÃO DE PRIVACIDADE - quando pensava encontrar-me em paz, bate-me a avó à porta. Eu mal saíra do banho. Era uma e meia da tarde (vida de hotel é que é, babe). Senta-se na cama, eu a querer vestir-me e arranjar-me (não gosto propriamente que me vejam a por a roupa interior, creme, etc) e ela aqui. Sei que não fez por mal, mas anyway, que seca!!

Apanhámos um táxi e às 15.00 estávamos à porta do Ristorante C. qualquer coisa (era um nome italiano), o melhor restaurante a que fui. Atendeu-nos um maricas simpatiquíssimo (homofobia aparte). Almocei Salada Caprese (o meu clássico) e depois Risotto con brocoli y queso, óptimo, e provei o gelado de chocolate do avô. Um paraíso gastronómico.



Decadência: fui com a avó a pé até à Bershka do sítio, onde gastei 20 euros em coisas giras de uma moda que se começa a ver cá (depois mostro, bem engraçadas) e depois ao El Corte Inglés, onde me aconteceu algo fascinante: fiquei com claustrofobia. O ECI de Lisboa é muito maior, e senti-me quase que apertada nestre!! Não comecei aos berros e tonturas - Deus me livre - mas não estava muito cómoda lá, não. Comprei eye-liner e mais umas futilidades pouco importantes, e dois pares de sapatos de tácon lejano para o Verão. Mas agora à parte gira:



A cidade é linda. Perfeita. Foi feita à minha medida: com a grandeza e imponência do Mundo, mas pequena para que caiba da palma de uma mão. Perfeita.

Foi desenhada para andar a pé. No sopé dos Pirinéus (que fitam-nos do alto, sombrios, metendo-me imenso medo, devo confessar... não sei porquê), é completamente plana e acimentada, num cimento cómodo ao olhar por ser disposto como que em blocos. Completamente acessível a cadeiras de rodas (não que precise, felizmente, mas só para que se perceba), dá gosto andar a pé em Pamplona. A brasa que estava, a segurança e simpatia contagiada pelas pessoas, tudo a um ritmo calmo de boa-educação que nos embalavam suavemente num espaço sem tempo. Os verdes dos parques espalhados pela cidade puxam-nos, chamam-nos, cantam-nos docemente. É facílimo orientarmo-nos por aqui, também, pois as placas estão por todo o lado (em Espanhol e Navarrez - um dialecto estranhíssimo), e as pessoas parecem sempre querer ajudar.

A cidade vai-se enchendo de estudantes antes dos exames de Junho e Julho. Joggers correm em frente ao Hotel constantemente, metendo inveja (quem me dera ter trazido o fato de treino!!). Grupos de jovens deitam-se no relvado e conversam despreocupadamente. Às vezes apetece-me ligar aos meus melhores amigos para conversar, para falar, mas é como se o ambiente pedisse silêncio e contemplação. Too much Opus? Perhaps. Que é facto é que há algo de diferente na cidade... ou então é de mim, sim. Ou então sou eu que simplesmente me entusiasmei tanto com esta pequena fuga, esta viagem, que não evito sorrir de cada vez que me lembro onde estou - e, oh, tudo me lembra este descanso maravilhoso (E FALSO - portfolio... hehem) onde me encontro, parada no tempo, numa cidade atirada a um canto de Espanha em que tudo se conjuga calmamente, num puzzle vocacionado para o estudo e a pacificidade.



Não me apeteceu jantar. Instead, fiquei a "tratar dos meus assuntos" (hehem, tentar fazer o portfolio.. cof cof... tentar!) e observar, imóvel, o pulsar ritmado da vida neste dia normal em Navarra. Sim, ok, admito: estou apaixonada pela cidade, por esta urbe idílica onde me apetece "virar as costas para o Mundo", e lançar raízes. Só gosto mais de três cidades no Mundo: Lisboa, Alter-do-Chão e Angra do Heroísmo.



Vou dormir. Amanhã a Guadalupe vem buscar-me para o passeio na cidade às 10.00 da manhã, (09.00 de Lisboa), e tenho de me levantar uma hora e meia antes. Até que estou entusiasmada!





A viajante,



Francisca Soromenho

2007/06/12

Soromeno, la china


Espanha, Pamplona, Navara; Hotel Abba Reino de Navarra, Quarto 103
Terça-feira, 12 de Junho de 2007 (anos do Tomás Santos e da Isaurinha)- 23.54

Como normal - e arriscaria, evidente - fui abruptamente acordada às 7 e 20 da manhã pela Mãe, histérica, estando a dormir de uma maneira excepcionalmente confortável (... yeah, right : ) ao lado da Madalena. O que se passa: uns bichos da madeira decidiram reproduzir-se no fim de semana prolongado em Vila Noxa, e multiplicar-se no meu quarto, o que tornou virtualmente impossível o passar de uma noite tranquila com múltiplos seres destes na minha cama. Despedi-me da ursa (bom, e MUITO raramente querida, vá) da minha irmã e fui fazer a mala, a custo. Deu-me uma neura desgraçada ver que esta era, indeed, a minha primeira mala de férias; a primeira de muitas outras.

Pelas 10 tomei o pequeno almoço, um suminho de laranja para arrebitar, e às 10 e 20 ingressei numa conversa desmotivadora sobre notas - hey, não que eu não as tenha brilhantes... mas ainda assim podiam ser um ponto acima (falo concretamente do 18 injusto a Filosofia, que devia ser 19, e da mesma situação a História, for instance.). Às 11 vieram-me buscar, check-in meia hora depois, e fiquei no lounge da sala VIP da Portugália no Aeroporto da Portela, estando a passear-me por este até ao embarque, à 1 e meia.
A avioneta "bi-helica" descolou com os seus 9 passageiros, piloto e co-piloto às 14.06 de Lisboa, e chegámos ao Aeroporto de Pamplona às 16.58 locais. No meio houve o episódio engraçadíssimo e hilariante de ficarmos 10 minutos no breu total e passarmos por um "ligeiro período de turbulência", isto em gíria de capitão aéreo, ou seja, sermos sacudidos terrorificamente dentro de uma casquinha de ovo mais estreita que um carro. Very nice, very nice.
Chegada a Pamplona -- a brasa. Estavam 32 graus, numa planície espanhola fronteiriça que se estendia até aos Pirinéus. Beautiful.

Apanhámos um cab, e fui introduzida no campus. O Taxista, no seu espanhol carregado, foi-nos explicando as instalações da cidade universitária e as faculdades, centros de investigação, dormitórios, cantinas, e, enfim, infraestruturas paralelas e inerentes, tudo numa cidade cujo único propósito é abastecer o consumismo insaciável de toda uma população jovem universitária internacional, estudantes do mais alto gabarito que se deslocaram até aqui com o único propósito de assegurar um futuro brilhante com um curso XPTO... e uns anos de loucura.
A cidade é plana, seguríssima e linda.

Fiquei no quarto de Hotel (alone! ihihih, os avós no quarto ao lado) até às 7 e meia da soir locais, hora a que me dignei a dar um passeio pelos parques onde corriam joggers cansados da actividade cerebral intensa e grupos de amigos se deitavam na relva do parque aqui em frente, numa actividade de convívio tão despretenciosa e natural, idílica e cinematográfica que despertou em mim sentimentos ambíguos de inveja e de felicidade por ver algo "so real", bem como uma vontade incontrolável de sacar da máquina e me armar em Bá.
Fui tomar um coffee ao bar aqui de baixo, confraternizar com uns alemmonds, ler um jornal... continuar a trabalhar, e às 21.30 juntei-me aos meus avós e à Guadalupe A., uma professora universitária da Faculdade de Medicina de Pamplona, esta mesma, doutorada em Enfermagem na própria Universidade. Fartei-me de desenrascar em espanhol com um sotaque fortíssimo e arranhado de argentino (thanks Dad :) e ela adorou-me - ok, sou tããão modesta...
Jantei una salada típica de navarra, bien como un lenguado relleno de marisco e después un sorbet de melón al menta. Delicious!

Acabei com um longo e demorado passeio a levar a Professora Guadalupe a sua casa, de saltos, carteira e blusa aberta, numa noite de estio quente e estrelada por passeios acimentados e ruas organizadas e calmas, pacíficas e muito seguras. Menos de um quilómetro de total equilíbrio e plenitude, acompanhados de um cheiro intenso a relva molhada.

Passa agora da uma da manhã em Espanha, e vêm acordar-me às 9 e meia para uma manhã intensa de estudo (TENHO DE ACABAR OS TRABALHOS, caray!) e possivelmente passeios sob o sol académico de estudantes com músculos tonificados, prontos a mostrar-me as instalações ^^. Upa upa. Provavelmente vou até à clínica a pé, onde a 'Vó já estará a fazer PETs e TACs e assim, e de resto estudarei. Intercalado com mais passeios a pé e ver as vistas humanas, urbanas e paisagísticas (... mas principalmente humanas).
Quem estará a ganhar as marchas populares, hum hum? Tinha já combinado com um par de amigos ir hoje, há bastante tempo, e qual não foi o meu espanto quando inúmeros outros círculos de amigos distintos me falaram hoje mesmo, já estando eu em Espanha, no assunto. Mas paciência. Marchas populares, haverá muitas. Vindas à socapa e a faltar às aulas a Navarra, não me parece.

Assim me despeço,
a viajante,

Francisca Soromenho
P.S. 2007/06/13 : "Soromeno, la china" porque a Guadalupe disse que tinha traços "chinos" - chineses. :P com que então, a maquilhagem não engana, não é?

Verão 2007

Foi ontem à noite que reparei no sucedido: que era o meu último dia de aulas. Sim, para este Verão não tinha grandes planos, grandes projectos, não tinha feito resoluções e rasgado cartas, não tinha dito adeus a amigos e amores, nem abraçado novas aventuras e feito projecções idealistas do nada.




Para o Verão 2007 limitei-me a ser. A existir. A coabitar pacificamente com uma realidade tão natural e imutável como o mudar das estações, o girar do planeta, um estio que se adivinha numa tarde solarenga.

O Verão 2007 atropelou-me, atingiu-me de súbito.
Sabia pois que vinha a Navarra acompanhar a minha avó no seu exame de check-up à clínica, pois fez aqui uma quimioterapia ligeira este ano que correu bem e acabou com sucesso com um linfoma no início. Mas - julgava eu - que voltaria na quinta-feira, e ainda iria ao último dia de aulas. Qual quê!


Segunda-feira foi o último dia do 10.º ano 4 2006/2007 completo.
Feedback deste ano? Indescritivelmente estrondoso. O ano em que mais mudei, em que mais fiz, em que mais me esforcei. De cavalos a ginásio, a espiritualidade e a amigos, passando pela parte académica (evidentemente), nunca me correu tão bem. Até familiarmente, apesar das turbulências usuais (e um pouco mais sérias... mas, well, são as que tornam a vida especial, n'est pas?) as coisas amainaram.
Um ano que começou lindamente. Correu bem, com muitas e grandes adversidades. Para acabar ainda melhor!


Preciso de entregar o Portfolio de História A e o Trabalho Anual de Educação Física. Mas fora isso estou livre, livre. A partir de sexta-feira entro com o pé direito nas grandes, nas inéditas, nas últimas Férias Grandes da minha vida.


O Mundo aguarda e ruge: encontro-me voltada de braços abertos para o mais pleno dos desconhecidos. Passando por Lisboa, Vila Nova de Milfontes, Ericeira e quiçá Algarve e Vila do Conde, estas prometem ser as melhores férias de sempre. Vou pelo menos fazer por isso.

Viro uma página, encerro um capítulo; dou continuidade à minha autobiografia em tempo real. O 10.º ano 2006/2007 foi mais que um ano: foi uma loucura, foi um delírio, foi um gosto a Vida. Aconteceu e não hei de esquecer; passou mas estas marcas hão de ficar. Para sempre.






Obrigada a Deus, à Vida, ao Mundo e a TODOS que tornaram estes 9 meses na LOUCURA!



Agora entro de Férias, e isso,... ninguém me tira!!!







acompanhando a maior viagem de todas