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2008/01/08

Sem título - PROMETO QUE VOLTO À PROSA...

Uma capa perfeita de verniz onde me posso esconder
Uma camada imaculada, linda, transparente
Onde sei que me vês, mas não me queres ver
E me deixas cativa a ti, enjaulada comigo, passando indiferente

Um universo só meu onde me recolho dos olhos do Mundo
E tu, sabendo, ficas indiferente.
Volto, e entro, para me afogar num poço de gritos surdos, sem fundo.
Só gostava de acabar com a frustração, só queria me sentir dormente...
Libertar-me das amarras do conformismo, e respirar "porque sim".
Sem motivos, nem causas, nem uma análise esbaforida e presistente,
Só respirar sem que ninguém me condenasse por ser para mim.
Viveria sem ti, sem os outros, sem este desejo ardente,
Respiraria flutuando, sozinha, outra vez no meu espaço santo
Não teria a agonia de me sentir desprezada e de te ver a ti ausente
e não haveria mais muros para criar esta prisão de mágoas que canto,
não existiria ninguém mais que me fizesse crer, assim, indiferente.
Só a brisa para me balouçar, e me envolver no seu manto...


Francisca Soromenho, 2008.01.07 @ bela da linha azul
acompanhando a maior viagem de todas