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2008/03/09

Se eu pudesse...

Se fosse tudo como eu gostava, era tudo simples. Era tudo perfeito e circular, mas com sentido e direcção; e eras tu e eu apenas.
Se se concretizasse o meu sonho, não haveria coacções externas, nem histórias nem delírios, nem constrangimentos nem dúvidas que nos pudessem deter.
Se escolhesse, com um olhar apenas se comungaria de todo o Mundo, de toda a Vida que há em nós, sem ceifar parte do que nos torna mais e melhor.
Se ousasse confessar-me, veria que partilhavas da mesma opinião, (para variar...), e que os desejos amordaçados eram desígnios incontornáveis - tendo nós apenas que a eles aceder.

Mas se soubesse antecipadamente, teria deixado a minha alma ao relento? Ter-me-ia sujeitado à fatal desilusão, de que estávamos condenados a um "impossível" perfeito de mais? Teria vivido a ilusão doce do encontro? Do momento eufórico que antecede a catástrofe?
Ò terna híbris que me matas sem sangue derramar! Quão impiedosa é tua sentença, que com o último fôlego de esperança me afogas!Valeu por tudo, o contacto.

A construção onírica de que seria num instante todo o sempre, sem margem para erro nem engano. E que uma vez juntos, nada nos separaria - soubéssemos que fora só em coração!

Se pudesse, não voltaria atrás.
Valeu por tudo, a fusão de almas – mesmo por que breves instantes.
Se pudesse, era hoje, era agora, era sempre. E existíamos somente para amar.

A viajante, novamente perdida,
Francisca Soromenho
acompanhando a maior viagem de todas