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2007/07/01

Tapete 2007/06/27

Depois de uma revelação e de muito alcóol (!?!?)...

Ainda estou chocada com a força com que te abateste, de repente. Caiu sobre mim todo o peso da maior ira que já tinha sentido, de tal modo que no momento a seguir fiquei esgotada, completamente absorvida pela intensidade de uma pequena (e, provavelmente, irreflectida) indiferença que me transmitiste. Num instante, tinha a Caixa de Pandora na garganta; no outro, a imensidão de um buraco negro por todo o corpo.
Foi o consciencializar de um vício ou o ressacar de um preexistente? Foi uma dor lancinante ou o consumar de uma grave doença que me ia deixando fraca? Não sei, e pouco me interessa: o que é facto, é que me deixaste inerte – passei de garrida a incolor, de pessoa viva a um mero tapete que possas pisar com toda a facilidade. Fizeste com que nem o chão frio apaziguasse o calor do ódio que se materializa no fundo, na garganta, nas artérias fervilhantes e nas veias mornas que latejam de modo repetente e ensurdecedor.
Rasgaste-me por dentro, não com palavras afiadas, não com puxões e maus-tratos, mas apenas com a falta de atenção. Morri, porque não me regaste. O mais injusto é que não foi água o que te pedi, mas simplesmente o gotejar acre de fel ou verbena, o aspergir de cianeto até me servia… se ao menos fosse vindo de ti.
Percebes agora a minha irritação? Uma raiva tão grande que não tem espaço, que não cabe em mim, em ti, no Mundo nem no Cosmos, um sofrimento tão forte que teve de se ir embora e consigo arrastar tudo o que fui, tudo o que era.
São espantosos os estragos da indiferença.
Contudo, não posso ser totalmente injusta, como tu quiçá foste: agradeço-te por isto, por me teres dado a oportunidade de me reescrever, de me fazer do 0, de Ser simplesmente. Obrigada por, numa fracção de segundo, me teres feito sentir mais viva do que em toda a minha vida.

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acompanhando a maior viagem de todas