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2007/08/17

in the black of the night

Portugal, Odemira, Vila Nova de Milfontes; Quinta do Zambujeiro, Escritório
Sábado, 18 de Agosto de 2007 - Dia da Rave - 01.58

É incrível como a balança do equilíbrio se alterou nestes momentos de pausa: paixões antigas instigadas, obsessões novas acesas. Saudades intensificadas, novidades por revelar; apostas feitas,... só nos restas fazer figas e o resto é conversa.
Daqui a umas horas estarei no que promete ser a maior festa do ano, com as expectativas mais altas que a lua. Veremos.
A noite de 10 para 11 foi inesquecível: acabou às 9 da manhã no Malhão, depois de percorrer a noite de Vila Nova.

E Lisboa parece terrivelmente perto: depois de tanto tempo longe de amigos, quase que tenho medo de voltar. E o Verão aproxima-se assustadoramente do final, com marcas a deixar.

Final

Pairará sempre na mente de todos os que respiram, os que amam, os que sofrem, dos que se acham dignos de viver uma incerteza surda que nos remói por dentro: até que ponto há um final? A partir de aonde é que uma etapa acaba, e outra recomeça?
É tão incómodo pensar que todos os Mundos, todas as paixões, todos os delírios ardentes têm um final, tanto quanto desconfortável acreditar que sempre estarão presentes, num sussurro insonoro que nos vai corroendo de cada vez que recordamos.
Em tempo de mudança, quando uma realidade nos abandona para nos deixar livres para que outra se assente em seu lugar, não evitamos a tremer de cada vez que nos lembramos de outros tempos, de outros amores de Verão, de cada vez que contemplamos em cinzas o rasto de fogo que outrora queimava, em seu lugar.
Quando nos concentramos é fácil esquecer, fácil deixar de lado as fantasias antigas que sempre espreitam e apelam nos momentos de maior dor. Mas estão sempre lá, ansiosas por uma oportunidade para consumir as noites quentes estivais, para nos regelar os pensamentos em tardes encobertas e até para nos acalentar a memória no ócio invernal que se arrasta em Dezembro.


No que toca a desfechos, somos perseguidos por paradoxos: é inseguro viver sem eles, mas penoso o caminho até os atingirmos. E nunca, nunca temos a certeza de uma conclusão, por mais que nos tentemos convencer do contrário – o “Fim” é uma invenção humana para nos dar segurança, uma ilusão ansiada, na qual nos arriscamos a perder.
acompanhando a maior viagem de todas