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2007/07/18

Touch .

Há toques que nos apaixonam e cativam, nos deixam presos para sempre num limbo paradoxal de prazer e sofrimento, em que só nos queremos afogar.
Há toques que parecem beijos: nos enamoram num instante apenas, e que queremos que durem para toda a eternidade.
Há toques que são retumbantemente paradoxais: leves como uma pena a roçar-se lentamente, e intensos como toda a energia do Mundo consumada no mesmo delírio abrasador. Há toques que nos gelam por fora, de tão surpreendentemente reveladores, mas que por dentro nos deixam derretidas de uma maneira inesquecível, irreversível e fatal.
Estas trocas de energia, assim, num tom simples e descomprometido, num gesto irreflectido de amar, que fazem com que a Terra gire e tudo faça sentido, por dentro – ainda que à superfície nos sintamos rodeados num nevoeiro espesso de dúvidas, e confusão. Como é que numa carícia enfeitiçaste tudo em tua volta?

Fazes-me vibrar, e tenho de me amordaçar para não suplicar por mais. Secretamente, quase mais do que o teu toque, gosto da maneira como tremes devagar e baixinho quando brinco com os teus pontos, e quando me divirto a ir onde nunca ninguém ousou ir em ti – forjar do ar ilusões com a ponta dos dedos e, passeando com ciência os meus lábios por sítios insuspeitos, te fazer voar.
Nunca te pedi nada mas, em poucos segundos e sem mistério, foste capaz de me dar mais do que numa vida inteira.


Francisca Soromenho
2007/07/17

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acompanhando a maior viagem de todas