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2007/06/12

Soromeno, la china


Espanha, Pamplona, Navara; Hotel Abba Reino de Navarra, Quarto 103
Terça-feira, 12 de Junho de 2007 (anos do Tomás Santos e da Isaurinha)- 23.54

Como normal - e arriscaria, evidente - fui abruptamente acordada às 7 e 20 da manhã pela Mãe, histérica, estando a dormir de uma maneira excepcionalmente confortável (... yeah, right : ) ao lado da Madalena. O que se passa: uns bichos da madeira decidiram reproduzir-se no fim de semana prolongado em Vila Noxa, e multiplicar-se no meu quarto, o que tornou virtualmente impossível o passar de uma noite tranquila com múltiplos seres destes na minha cama. Despedi-me da ursa (bom, e MUITO raramente querida, vá) da minha irmã e fui fazer a mala, a custo. Deu-me uma neura desgraçada ver que esta era, indeed, a minha primeira mala de férias; a primeira de muitas outras.

Pelas 10 tomei o pequeno almoço, um suminho de laranja para arrebitar, e às 10 e 20 ingressei numa conversa desmotivadora sobre notas - hey, não que eu não as tenha brilhantes... mas ainda assim podiam ser um ponto acima (falo concretamente do 18 injusto a Filosofia, que devia ser 19, e da mesma situação a História, for instance.). Às 11 vieram-me buscar, check-in meia hora depois, e fiquei no lounge da sala VIP da Portugália no Aeroporto da Portela, estando a passear-me por este até ao embarque, à 1 e meia.
A avioneta "bi-helica" descolou com os seus 9 passageiros, piloto e co-piloto às 14.06 de Lisboa, e chegámos ao Aeroporto de Pamplona às 16.58 locais. No meio houve o episódio engraçadíssimo e hilariante de ficarmos 10 minutos no breu total e passarmos por um "ligeiro período de turbulência", isto em gíria de capitão aéreo, ou seja, sermos sacudidos terrorificamente dentro de uma casquinha de ovo mais estreita que um carro. Very nice, very nice.
Chegada a Pamplona -- a brasa. Estavam 32 graus, numa planície espanhola fronteiriça que se estendia até aos Pirinéus. Beautiful.

Apanhámos um cab, e fui introduzida no campus. O Taxista, no seu espanhol carregado, foi-nos explicando as instalações da cidade universitária e as faculdades, centros de investigação, dormitórios, cantinas, e, enfim, infraestruturas paralelas e inerentes, tudo numa cidade cujo único propósito é abastecer o consumismo insaciável de toda uma população jovem universitária internacional, estudantes do mais alto gabarito que se deslocaram até aqui com o único propósito de assegurar um futuro brilhante com um curso XPTO... e uns anos de loucura.
A cidade é plana, seguríssima e linda.

Fiquei no quarto de Hotel (alone! ihihih, os avós no quarto ao lado) até às 7 e meia da soir locais, hora a que me dignei a dar um passeio pelos parques onde corriam joggers cansados da actividade cerebral intensa e grupos de amigos se deitavam na relva do parque aqui em frente, numa actividade de convívio tão despretenciosa e natural, idílica e cinematográfica que despertou em mim sentimentos ambíguos de inveja e de felicidade por ver algo "so real", bem como uma vontade incontrolável de sacar da máquina e me armar em Bá.
Fui tomar um coffee ao bar aqui de baixo, confraternizar com uns alemmonds, ler um jornal... continuar a trabalhar, e às 21.30 juntei-me aos meus avós e à Guadalupe A., uma professora universitária da Faculdade de Medicina de Pamplona, esta mesma, doutorada em Enfermagem na própria Universidade. Fartei-me de desenrascar em espanhol com um sotaque fortíssimo e arranhado de argentino (thanks Dad :) e ela adorou-me - ok, sou tããão modesta...
Jantei una salada típica de navarra, bien como un lenguado relleno de marisco e después un sorbet de melón al menta. Delicious!

Acabei com um longo e demorado passeio a levar a Professora Guadalupe a sua casa, de saltos, carteira e blusa aberta, numa noite de estio quente e estrelada por passeios acimentados e ruas organizadas e calmas, pacíficas e muito seguras. Menos de um quilómetro de total equilíbrio e plenitude, acompanhados de um cheiro intenso a relva molhada.

Passa agora da uma da manhã em Espanha, e vêm acordar-me às 9 e meia para uma manhã intensa de estudo (TENHO DE ACABAR OS TRABALHOS, caray!) e possivelmente passeios sob o sol académico de estudantes com músculos tonificados, prontos a mostrar-me as instalações ^^. Upa upa. Provavelmente vou até à clínica a pé, onde a 'Vó já estará a fazer PETs e TACs e assim, e de resto estudarei. Intercalado com mais passeios a pé e ver as vistas humanas, urbanas e paisagísticas (... mas principalmente humanas).
Quem estará a ganhar as marchas populares, hum hum? Tinha já combinado com um par de amigos ir hoje, há bastante tempo, e qual não foi o meu espanto quando inúmeros outros círculos de amigos distintos me falaram hoje mesmo, já estando eu em Espanha, no assunto. Mas paciência. Marchas populares, haverá muitas. Vindas à socapa e a faltar às aulas a Navarra, não me parece.

Assim me despeço,
a viajante,

Francisca Soromenho
P.S. 2007/06/13 : "Soromeno, la china" porque a Guadalupe disse que tinha traços "chinos" - chineses. :P com que então, a maquilhagem não engana, não é?

2 comentários:

Barbara disse...

Sounds Perfect*

Anónimo disse...

adoro ler cada frase tua. dá-me um prazer imenso.

acompanhando a maior viagem de todas